Saturday, May 24, 2014

Il Mondo




Os poetas, incluso os anônimos, ajudam a equilibrar a saúde do sangue do mundo. São uma espécie de betabloqueadores das substâncias que podem matar as células vitais das almas. Fico pensando se este mundo doente é pela ausência da Poesia. Ou, uma falta total de Filosofia, Beleza e Luz... Sei não. Nada sei. Nada sou. Só quero sentir o pulsante mundo vivo, aquele, o Antigo. O que palpita ainda em um túnel. O irrecuperável mundo onde nadei, e amei. 
Bárbara Lia, estranhando o mundo cada dia mais...
Ontem pensei assim: Perdi o mundo e não faço questão de encontrá-lo.



(imagem do filme - a árvore da vida - terrence mallick)

Thursday, May 22, 2014

Femme!


Imagem by Man Ray



Nosso assombro
No assoalho de um Largo
Pleno de assovios e açucenas
Assomados de desejo
Esta soma de carne
Angústia
E êxtase

Bárbara Lia
Femme!
21 gramas

Sunday, May 18, 2014

Paraísos de Pedra +1




Quem ainda não adquiriu "Paraísos de Pedra" pode aproveitar esta promoção até 31 de Maio. Na compra do meu livro de contos pode escolher um gênero literário e ganhar outro livro.  -
:: A Penalux adora promoções com livros com brinde, pois queremos ver nossas publicações circulando e encontrando leitores. Aproveitando, então, que neste mês se comemora o DIA DAS MÃES, anunciamos mais uma oportunidade de comprar os nossos livros e levar de presente um título-surpresa*, e assim presentear aquela por quem devotamos o segundo domingo de maio. Pela presente promoção, o leitor poderá escolher o gênero, ficando a critério da editora apenas a escolha do título.
:: A validade desta promoção vai até o dia 31 de maio. 


:: Em resumo: comprando qualquer título na nossa loja ou através do nosso e-mail comercial (vendas@editorapenalux.com.br), o leitor levará de brinde um título-surpresa no gênero que escolher: poesia, contos, crônicas, micronarrativas, romance e acadêmicos. 
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* O livro-brinde diz respeito a apenas 1 unidade por comprador.

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Link do livro no site da editora:

Saturday, May 17, 2014

O Alienista



Patricia Secco está confusa sobre os hábitos de leitura. A primeira fala dela depois da reação de muitos autores à sua "facilitação de Machado" foi um paralelo entre pobreza e ignorância. Cara Patrícia, minha infância foi pobre, pobre. Minha cidade era um pequeno vilarejo no tempo em que as pessoas ainda não tinham televisão. No entanto, passei a infância com acesso a Machado e todos eles. Na sala da minha avó havia uma pequena estante com muitos exemplares de autores nacionais. Os que não couberam na estante do meu avô em sua pequena biblioteca e escritório de advogado. Lembro disto na casa da minha avó, de ao arrastar a cadeira e virar-me para sair da mesa do café da manhã, dar de cara com - a mão e a luva - e - cinco minutos - achava muito interessantes estes títulos. Meu pai era menos organizado, vivia nas esferas. Lembro que depois de ver tanto livro espalhado pela casa, quando tive um emprego, mandei fazer uma estante clara onde organizamos seus livros. As coleções que ele gostava de ler, livros antigos de álgebra e clássicos como - Jerusalém Libertada. Poesia escorrendo pela vida. E eu era a filha do agrimensor. Sei que muitos vem de uma estirpe sem acesso, mas, não os veja como ignorantes por isto. Eles trazem uma centelha de sapiência nata. O homem rude e simples, este é o sábio. Acredite. Então, como se explica a poesia e a filosofia dos cantores de rap? Pobreza não tem nada a ver com falta de inteligência. Algumas pessoas se tornam doutores e estudam muito para assimilar o que uma mente brilhante consegue, sem as teorias, academicismos e etc. Quando fui ao Rio para o lançamento de "Amar, verbo atemporal" passei algumas horas de ócio no Santos Dumont antes de embarcar e voltar para casa. Na Livraria do Aeroporto um exemplar de - 50 tons de cinza - naquela fase em que todo mundo ficava - também - com vontade de dizer sobre o quão o texto pobre não deve ser propalado. Então, eu parei alguns minutos e conversei com a vendedora da livraria. Ela conhecia Henry Miller e Anais, e ela concordou que aquele livro era puro comércio. Quero pensar que existe realmente uma ótima intenção nesta tua empreitada. Quanto aos que vivem com o desejo de que o idioma siga rico e sem - simplificações - pense neles como a voz de Machado neste tempo. Então, ele é o criador. Só ao criador cabe decidir sobre sua criação... Ou não?

Link para o abaixo-assinado na tentativa agora de impedir a distribuição destes livros. Este e o de José de Alencar... Que o MinC analise e o faça, em reverência aos autores, aos que não estão aqui. Aos que aqui estão e decidiram "falar em nome de Machado", pois quem quer ler bruxo simplificado, que leia Harry Porter.


https://secure.avaaz.org/po/petition/Ministerio_da_Cultura_do_Brasil_Impecam_a_alteracao_das_palavras_originais_nas_obras_da_lingua_portuguesa/?syLGwbb

Thursday, May 15, 2014

15 de Maio de 1886 - morte de Emily Dickinson - miníma homenagem:




This is my letter to the world,
That never wrote to me,-- 
The simple news that Nature told, 
With tender majesty. 
Her message is committed 
To hands I cannot see; 
For love of her, sweet countrymen,
Judge tenderly of me!

Emily Dickinson

“Esta é minha carta ao Mundo / Que nunca Me escreveu - / As Notícias simples que a Natureza contou - / Com terna Majestade // Sua Mensagem está confiada / A Mãos que não posso ver - / Por amor a Ela - Doces - conterrâneos - / Julguem afetuosamente - a Mim”. Emily Dickinson.
tradução: Alcina Brasileiro Hall.


**

A flor dentro da árvore - poesias escritas entre 2009 e 2011 - epígrafe de cada poesia é um verso de Emily, minha pequena homenagem...




“Dame el ocaso en una copa!”


Velhas estradas bifurcadas
Lentas aparições de fantoches
Nas alamedas do nada

Bárbara Lia
A flor dentro da árvore




“Sinal cifrado para enovelar o divino”
 Trinta e dois ventos
       da rosa dos ventos
Vinte e um gramas
       do peso da alma
Oito países
       a comandar a Terra
UM Deus louco
       pelas ruas bombardeadas  
**A flor dentro da árvore/Bárbara Lia**                   


Mais poesias do livro aqui:



Tuesday, May 13, 2014

Friday, May 09, 2014

Unesp - entrevista 2013

Quando publiquei "O Sorriso de Leonardo" no site ISSUU recebi um convite para falar sobre o livro. A primeira impressão do livro foi em 2004, há dez anos, pela Kafka edições baratas, falei  - outra vez - sobre este livro de estreia, e sobre o fazer poético e etc.
Link abaixo da entrevista...


http://podcast.unesp.br/perfil-22102013-barbara-lia-entrevista-1887



No site com pequenas alterações da edição original, a segunda edição do livro:


http://issuu.com/barbaralia/docs/o_sorriso_de_leonardo




Monday, May 05, 2014

vita breve



No site Vita Breve, editado por Ana Lúcia Vasconcelos: Poemas do livro "O sal das rosas" e uma entrevista ao Selmo Vasconcellos, do ano de 2010.

http://vitabreve.com/

Thursday, May 01, 2014

notícias do front



enquanto fico aqui recolhida entre as palavras, revisando um livro e premeditando passos, leonard cohen canta...


Wednesday, April 09, 2014

E. M. de Melo e Castro


E. M. de Melo e Castro, um dos maiores nomes da poesia experimental em língua portuguesa, traz em "Poética do ciborgue" uma seleção de seus ensaios, entre inéditos e clássicos, que refletem mais de 60 anos de atuação como poeta e pensador, em uma história que se confunde com a da própria poesia concreta. "A Poética do ciborgue" traça uma trajetória da evolução das relações entre poética e tecnologia, desde os aparatos analógicos até a revolução digital dos computadores e da internet, buscando os rumos para uma arte digital, ao colocar questões tanto à teoria literária como à teoria da arte, no que diz respeito às utilizações das ferramentas eletrônicas e suas aptidões inventivas. É uma antologia constituída por seus textos mais significativos, formando um conjunto coerente entre sua prática e a necessária reflexão teórica e crítica.
ERNESTO MANUEL DE MELO E CASTRO, nascido a 19 de abril de 1932, na Covilhã, foi um dos iniciadores da poesia concreta em Portugal. A sua prática poética tem sido acompanhada por uma teorização sistemática sobre a linguagem e sobre as tecnologias da comunicação. Sua produção bibliográfica, que se estende por mais de cinquenta livros de poemas, prosa e ensaios, tematizou a tecnopoiesis, a cibercultura e a infopoesia e outras linguagens ainda pouco exploradas até então. Além disso, na sua obra cruzam-se múltiplas práticas, que vão da performance corporal e vocal ao poema tridimensional ou em novas mídias. A sua consciência da mediação técnica da era eletrônica refletiu-se num conjunto de obras pioneiras no uso do vídeo e do computador na produção literária.

Wednesday, April 02, 2014

Musas de Acetileno - Alejandra Pizarnik







...céu pedaço de cosmos céu morcego infinito
imutável como os olhos do meu amor
Alejandra Pizarnik




entre sermões dos ventos 
e barcos sedentos
a mulher traça o perfil do medo
desenha desmoronamentos
as mãos finas desfazem a teia da vida
com a leveza de palomas brancas.

Bárbara Lia\ poema da série - Musas de Acetileno.

Imagem: Pintura de Alejandra Pizarnik, incluida en Alejandra Pizarnik. Una biografía de Cristina Piña (Editorial Corregidor).

Friday, March 28, 2014

Fernando Koproski




Ontem a poesia foi minha canção de ninar, revi "Flores raras" e fiquei naquele estado de graça que é ouvir poesia linda, tecida com cuidado por Bishop, depois o carteiro trouxe a trilogia - um poeta deve morrer - foi overdose de poesia e mergulho no belo, que só os grandes poetas podem imprimir. Gracias Koproski, pelas dedicatórias ternas e por poemas que lavam todo o piegas do amor, coisa que só grandes poetas conseguem. Quis ler abruptamente como quando alguém toma o café das manhãs às pressas para ir ao trabalho, e lembrei que poesia é banquete, que necessita ritos e reverência, ainda assim, devo dizer que a trilogia fala do Amor no sentido amplo. Não apenas canta o amor à musa Ingrid, a Poesia de Koproski fala sobre a vida: os nossos pares, a nossa família, o nosso meio literário com coragem e sem piedade, pois na Poesia não cabe piedade, piedade a gente deixa para os textos pobres, estas coisas tipo Martha Medeiros e Lya Luft. A Poesia é corte, cirurgia, sangue vivo, não existe poesia nas "receitinhas de felicidade" a poesia rasga, é corte cirúrgico, é real encontro com nossa humanidade e a felicidade - fugaz - se eterniza em cicatriz. Um bom poema a gente nunca esquece... Gosto muito deste fragmento que transcrevo:


"Os piores poetas morrem em grandes salões ovais, com roupa de gala e ao som de impecáveis quartetos de cordas. Os piores poetas morrem laureados por inúmeros prêmios da academia, reconhecidos pela crítica especializada como dicções únicas da literatura de sua língua ou de seu país. Os piores poetas, quando morrem, deixam seus bustos e poemas esculpidos em mármore no hall de entrada das universidades.

Os melhores poetas, quando morrem, deixam apenas seus poemas esculpidos em sangue"

Fernando Koproski\retrato do amor quando verão, outono e inverno\página 35\7Letras 2014.

A trilogia do poeta Fernando Koproski "Um poeta deve morrer" iniciada com o livro "Nunca seremos tão felizes como agora" (2009) e os livros hora editados "Retrato do artista quando primavera" e "Retrato do amor quando verão, outono e inverno", trazem apresentação de Rodrigo de Souza Leão (2009), Antonio Thadeu Wojciechowski e Marcelo Montenegro, respectivamente... 

Tuesday, March 18, 2014

Blecaute







Poemas de Carlos MoreiraBárbara LiaSalomão SousaBartolomeu Pereira e Joniere Ribeiro; Contos de Mariel ReisAstier BasílioBruno Ribeiro e Paula Mendel; Ensaios e Artigos de Thiago Lia Fook, Rafaela Teotônio e Manela Mayona. Além das colunas de Reynaldo Bessa, Franklin Jorge, Raoni Xavier, Flaw MendesValdênio Meneses e Will Simões (Este último estreante como colunista). Capa de Emídio Medeiros.

Sunday, March 16, 2014

pequeno tesouro dentro de um livro antigo





"Vigilate, state in fide, virilites, agite, et confortamini"
(Epístola B. Pauli ad. Corinthios, I, XVI, 13).



Completas, hoje mais um ano de existência.
Menina e moça, és, ainda e sempre, menos moça que menina.
É que toda essa tua finura morena de mameluca é de uma nobre durabilidade:
vem da "velida" que el-rey Dom Denis encerrou,
como pétala da "frol dos ramos", entre as páginas do Cancioneiro;
e vem dos músculos firmes e tisnados de Bartira,
esticados pelo arco ao sol livre e forte do Planalto...

Completas hoje mais um ano de existência.
Parece que sou eu - e não és tu - que envelhece.
Porque estou todo em ti e, estando em ti, eu sou o efêmero e tu és o imperecível.
Não sabes como eu vivo só de tua vida! E sempre.
Tenho a impressão de que te vi nascer (e nascer para mim)
num dia como o de hoje, mas de há muito tempo já...
e de ter estremecido de ternura com teu primeiro estremecimento
no teu berço feliz, todo verde de folhas,
e todo rítmico, embalado de água...
de ter rezado ao teu lado, quando as mãos de um santo jesuíta
(novo Batista de um novíssimo testamento)
se ergueram para o céu, mais brancas do que a hóstia,
para do céu tirar e baixar sôbre ti,
como uma benção pura, este nome que tens...
de ter enrubecido ao teu rubor de noiva,
quando sob teu véu flutuante de garoa,
davas teu corpo morno de argila e mel, ao Bandeirante enamorado...;
de ter chorado em cada lágrima secreta de teus olhos,
quando, por uma tarde lívida de inverno,
mandastes a todos nós morrer de amor por ti...

Não sabes como eu vivo só de tua vida! E Sempre.
Sempre. Em cada tremor de tua péle,
cada palpitação de tuas veias,
cada arrepio de teus nervos,
cada ritmo dos teus gestos
e cada fuga de teus pensamentos,
- eu estou sempre todo dissolvido
numa presença imperceptível, sim,
mas, múltipla, esparsa, inumerável, permanente...

Completas hoje mais um ano de existência.
Eu te queria dar...
Mas... àquela que tudo me deu
- mãe, namorada, noiva, espôsa, amante, filha -
que poderei eu dar que seja "meu"
que não tenha sido seu,
que não passa, portanto, de uma pobre,
melancólica devolução?...
Que poderei eu dar?...
- Apenas este meu
sagrado orgulho de ser sempre, e todo, e ùnicamente teu,
minha Santa Cidade de São Paulo!

Dia da Fundação de S. Paulo, de 1944
GUILHERME DE ALMEIDA.

*Recorte de jornal com o poema acima, encontrado dentro do romance - Êle - de Didi Fonseca. Adquirido via estante virtual do sebo - incunulabo - Sampa.

La nave va...

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Layla vive na região do Algarve. Uma garota como outras mil. Por uma perda na infância, jurou jamais amar. Impossível. O primeiro amor – Lou...