Tuesday, October 18, 2005

thiago ponce








Arco-íris

Arame é outro ar para respirar
Da aurora que entra com pés pequenos
Lusco-fusco claustrofóbico
Aliás
Esboça desfalque de leitura
Deleitável
Em contida indumentária
De falhas
Bolhas de sabão

Thiago Ponce


o sono de goya


goya













Aniversário da Loraine Thais, que nos levou ao bosque do Muma, do nosso bairro Portão, aqui em Curitiba, no sábado. Ela estendeu uma toalha lilás no chão, e colocou o bolo de chocolate em uma pedra, e quando chegamos o Márcio Claudino disse – Veja a Sociedade dos Poetas Vivos! – Veio a Carol Casagrande, a Luana, a doce Dani e sua irmã Angélica, junto veio a Lílian, vieram Vitor & Letícia e também Rodrigo. Toda a nossa aura sob essas árvores que já são para mim símbolo de felicidade – os eucaliptos - Nós no bosque dos impossíveis, sentados em folhas de eucalipto assistindo ao vídeo daquele recital da Federal, na filmadora da Loraine. Foi uma noite linda. Tem mil dias que eu os amo, e tem mil dias que nunca rasuraram em mim aquilo que eu considero que seja a poesia, tem mil dias que algumas pessoas não me fazem descrer da ternura e da delicadeza – rara matéria rarefeita – que a gente só encontra em bosques, à sombra dos eucaliptos. Loraine serviu coca-cola, mesmo. Hoje a Lora ganha de presente um poema de Márcio Claudino, que ela & Carol interpretaram no recital – O sono de Goya. Muitos bosques e poemas virão, para esta menina-atriz-poeta.

O SONO DE GOYA

“Que ninguém possa jamais esquecer esta noite.
Hoje, tocarei a flauta de minha própria coluna vertebral”
Vladimir Maiakóvski.



Sonhei com serpentes mortas
Dentes cerrados, ventos distantes
Touros,
Festins negros
E maré alta –


Quem soprou esses ventos
Nas flautas das vértebras
E verteu febre nos dedos
Para que compusessemos vendavais
E folheássemos o diário de ouro
Que o Deus tocou
Que só nos fez chorar?

Quem varreu os cílios
Com o zoom sorrateiro
Da visão do sem nome?

Quem disse:
. Quem beber desta água lembrará –
essa é a fonte da memória

Quem disse que era Deus?


Márcio Davie Claudino da Cruz
Curitiba - Pr.

Monday, October 17, 2005

blocos online







"Blocos é Gigante - um mapa literário".

Esta frase da Bárbara Lia é a frase da quinzena
no site blocosonline.
http://www.blocosonline.com.br

Blocos - Portal de Literatura e Cultura.
Vale conferir!

Wednesday, October 12, 2005

a palavra é Deus



A palavra é Deus, com ela constrói-se – o mundo. Só nela quero morar, beber suas seivas lácteas, todas, só dela o esperma bruto, com gosto de sal, vida, concha e pérola. Só da palavra, retirar o gozo tênue desses que seguem como o estrondo de uma castanhola, expandindo em ritmo com os passos da bailarina – aumenta, aumenta, aumenta, aumenta de forma angustiada, mas, não pára.
Como pensar que uma simples ordem altera um reino de mesmas palavras. Antes – Pedra de brisa – Mesmo sendo pedra, eram asas, solfejos, eram pura Babilônia no dia do recomeço. Agora – Brisa de pedra. Não dá para respirar como antes, lambendo o meu coração, agora arranha. Brisa de pedra. As pedras naquela caixa cibernética transparente inacessível. Em cada manhã eu colhi uma pedra de vidro colorido em uma areia branca, em cada manhã depositei em uma caixa diante das mãos de um menino de olhos invisíveis. O vidro transparente em aurora boreal luxuriante. Pedra de brisa, pedra de brisa, qual a magma da alma do anjo que alterou a ordem do universo em Brisa de pedra?
_Bárbara Lia.

photo by logan troxell

Tuesday, October 11, 2005

O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS - CULTURA E PENSAMENTO EM TEMPOS DE INCERTEZA
















*





angelus novus - paul klee
O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS - CULTURA E PENSAMENTO EM TEMPOS DE INCERTEZAS - SESC DA ESQUINA.
Ontem à noite ouvi José Miguel Wisnik por três horas. Ouviria por mais três. O Ministério da Cultura está promovendo esta série de debates em algumas capitais brasileiras. Bem esclarecido pelo filósofo Adauto Novaes que está à frente deste projeto, não há nada a ver entre esta série de palestras e o atual quadro político. O evento já estava concebido e em gestação bem antes da crise. Esquecendo as mazelas, o grande momento é acompanhar o fio de ouro de Wisnik, clarear algumas pequenas vielas da nossa própria alma. "Sem palavra" foi o título de sua fala, que dentro do ciclo que vai até 21 de outubro e que contará ainda com Antonio Cícero, Marcelo Coelho, Haquira Osakabe, Franklin Leopoldo Silva, Francisco Oliveira, Newton Bignotto, José Raimundo Maia Neto. Para quem comparecer em 75% das palestras serão expedidos certificados de extensão universitária pela PUC. Os eventos são no Teatro do Sesc da Esquina - www.sescpr.com.br.
O enfoque do Wisnik foi sobre a gente, quer dizer, nós que estamos escrevendo, os que usam da palavra. Intelectual ou não, o escritor nunca sabe se ruge e brama suas dores e ideais, ou se cala tudo em sua dor noturna e versos. Considero este século, o século das hecatombes. Toda minha fúria contra os generais do Brasil e de tantos lugares, contra a barbárie humana está sendo diluida em asas de borboletas. Manoel de Barros disse em uma entrevista a Bianca Ramoneda, alguma coisa assim como o mundo só será melhor quando for governado pelas borboletas. Não vi este programa, mas, o Flávio de Almeida, do Rio, que é cartunista me disse. Disse que quando o Manoel de Barros falou, ele se lembrou de mim. O questionamento do José Miguel Wisnik sobre "o lugar da palavra" evocando Clarice e Drummond. O que ressoou em minha alma de poeta foi a leitura que ele fêz de uma crônica de Clarice, que ela escreveu quando eliminaram um bandido chamado mineirinho - com treze tiros. Lembro de ter lido esta crônica, de ter vivido com ela o espanto. Por que treze tiros, se um tiro basta? Para o poeta não existe a linha que separa a favela da chic zona sul. O poeta sabe que uma alma regada a pétalas e carinhos, comida farta, horizontes azuis, ela não vai se tornando escura e vaga, nunca ficará perdida, ou ficará talvez, dentro da complexidade do ser. Basta ler o histórico dos meninos do tráfico, basta se imaginar um segundo em sua alma, basta pensar que um dia um bandido pode matar minha mãe na minha frente, digamos que eu tenho sete anos e assisto. Digamos que alguém me ofende, explora meu sexo, me domina, me faz sentir que sou verme negro, vai que a sociedade fecha para mim todas as portas, que não posso usar o elevador social. E o poeta sabe que na alma, dentro, nada difere, que a criação dela, energia vertida por um Deus estranho, é da mesma matéria, que se perde no mundo da matéria e não resta mesmo ao poeta deste milênio nada mais que um exílio, um susto, uma dor que ninguém entende, por que este cara chora, por que este cara bebe nos bares, por que não entra neste mundo e não corre atrás de tudo que acaba desaguando no big mac...
Sexta e sábado vou mergulhar na cultura árabe, outra vez, no evento que vai acontecer em homenagem a Edward Said, o escritor palestino que junto com o poeta Darwich escreveu a constituição da Palestina.

Tributo a Edward SaidDias 14 e 15 de outubro de 2005.
Local: Auditório do Setor de Ciências da Saúde (UFPR)
– Rua Padre Camargo, 280 - 1º andar (atrás do Hospital de Clínicas)
A Questão das Identidades Culturais:
Mitos, Conflitos e Violência na Palestina.
Programa
14-10- 2005 Sexta-feira
18:30 horas : Projeção do vídeo : E. Said, biografia e obra
19:15 horas: Abertura: Prof. Dr. Jamil Zugueib Neto
Said: A Pesquisa, Orientalismo, Cultura e Igualdade.
19:30 – 22:30 horas:
Mesa redonda
1 - Os estudos da cultura e das políticas do mundo árabe no Brasil
– O ICARAB
Prof. Dra. Soraya Smaili - coordenadora ( USP)
2 - A nákaba palestina – Memória social e resistência
Prof. Dr. José Arbex Jr. (PUC-SP e Rev. Caros Amigos)
3 - Os mitos fundadores do estado de Israel
Prof. Dra. Arlene Clemesha ( USP)
4 - Psicanálise e o estudo da violência
Prof. Dr. Joel Birman (UFRJ)
15 – 10 – 2005 Sábado
8:30 – 9:15 horas: Projeção do vídeo: Saramago e a visita
aos campos de refugiados palestinos
9:30 – 12:30 horas :
O Tributo
E. Said: História de vida, sofrimento identitário e
as escolhas na pesquisa. Dos fantasmas originais à prática política
Prof. Dr. Jamil Zugueib Neto (UFPR)
Conferência
E. Said e a questão das identidades culturais: Freud e os não-europeus
Prof. Dr. Joel Birman (UFRJ)
Coordenação: Prof. Dr. Jamil Zugueib Neto
Promoção:
Núcleo de Estudos dos Processos Identitários e das Crises.
Pça. Santos Andrade, 50 – 1º andar – sala 131
Fone: 3310-2703 e 3310-2625 – Inscrições: R$ 20,00
Departamento de Psicologia - UFPR

Monday, October 10, 2005

Ciranda com Emily e Hilda.





















crysalis - robson tuon


Ciranda com Emily e Hilda


A bela de Amherst
E a obscena senhora H
Contam-me de seus dias de paz.
Puxam-me para a misantropia.
Nunca mais seguir guias que abandonam
no meio do caminho.

Nunca te vi de branco,
Emily!
Nunca entrei na Casa do Sol.
Mas estivemos juntas em ciranda
Alma-a-alma
Thalassa & Sêmen.
Atavios de fadas & Ave Nave.

Crisálida outra vez.
Ouvindo as notas de vidro do amor.
Coração vestido de branco.
Nos pés as sandálias do sol.

Bárbara Lia

um certo olhar










Matisse - Odalisque
*

UM CERTO OLHAR


Negros! Negros! Respiração
De oceanos. Éden bordado.
Jóia rara! Talismã!
Guardião secreto do fogo.
Quando me fitas,
Me acaricias em pétalas.
Quando me vou
Ardente pássaro me segue.
Arca de sonhos, língua
De seda – anjo exilado
Em ilha de poemas.
Versos de tempestade
Inundando meu corpo e alma.


Bárbara Lia

Sunday, October 09, 2005

leitura - nueve ensaios dantescos


Seattle Art Museum


Todo, em el cielo inteligible, está em todas partes. Cualquier cosa es toda las cosas. El sol es todas las estrellas, y cada estrella es todas las estrellas, y cada estrella es todas las estrellas y el sol.
– Plotino.


Lendo Borges, again, and again and again. El Simurgh, concebido por Farid al-Din Attar, persa da seita sufi.
Por que estou dividida e estraçalhada, ando pensando na unidade, em el Simurgh, que Borges narra em Nueve ensayos dantescos. O remoto rei dos pássaros – O Simurgh – deixa cair no centro da China uma pluma esplêndida; os pássaros resolvem buscá-la...
... percorrem sete vales, mares. Muitos desertam, outros perecem, trinta, purificados pelo trabalho pisam a montanha do Simurgh, que se chama El Kaf. Ao contemplá-la percebem que eles são o Simurgh e que o Simurgh é cada um deles...

Friday, October 07, 2005

leitura - caderno de mistérios

Paul klee

O poeta Fernando Karl escreveu esta dedicatória-poema para mim em seu livro Cadernos de Mistérios, da Ed. Letra D'água.


No altar das estrelas
teu nome mais antigo
que o primeiro nome d'água
-Fernando Karl.

Thursday, October 06, 2005

azul noturno


















































desenho:
ane fiuza


AZUL NOTURNO


O anjo louco do casario deserto.
Era invisível feito música.
De noite subia na árvore.
De dia descia ao poço.


A voz – imã de luz.
O perfume – avenca suave.
A sombra – azul noturno.
O olhar de mar – salgado.


Anjo sem céu.
Anjo da terra.
Enlouquecido
de som e luz.



(Bárbara Lia)

Thursday, September 29, 2005

Uma flor na solapa da miséria - douglas diegues
















...


...


...





cuando u sol fala claramente
en la manhana fria
y el silencio non mente
quase ninguém ni desconfia

cuando tudo parece una fria
una infinita farsa vazia
un bértigo que te dexa con azia
cuase todo mundo ainda nem desconfia

y después - de todo - incluso u charme -
antes du apodrecimento de la carne -
bocê se sente melhor - la rima melhorou el dia
mismo asi, ninguém, ninguém desconfia

cuantos detalles, amor, sob el sol que parece que nunca mais esfria
nas quase ninguém sequer desconfia

Douglas Diegues

- Uma flor na solapa da miséria
Ed. Eloísa Cartonera 2.005

Chegou o livro do Douglas, e a bela revista - Ontem choveu no futuro-
encantada com Heriberto Yépez (México)- Notas sobre la naturaleza
anticivilizatoria del lenguaje. Com os poemas de Montserrat Álvarez
(Peruana que vive en Assunción); e Ogwa Flores-Balbuena (indio
ishir-chamacoco que vive nas selvas paraguaias); estonteante conto
do Marcelino Freire e os sonetos do Glauco Mattoso e meu poema
Réquiem "flanando livre entre as nuvens". O livro artesanal - Uma flor
na solapa da miséria, do portunhol selvagem.
www.portunholselvagem.weblogger.terra.com.br

bem-te-whitman















BEM-TE-WHITMAN

Às seis da matina
A serenata que acorda
O sol
Um pássaro
Transgride
O vocabulário
Canoro
Te-vi
Te-vi
Te-vi
E se faz
Bem-te-Whitman
Inaugurando nova voz
Ave livre
Em asas e melodia
Bem-te-Whitman
Acorda o meu dia
Com nova rima
E parceria

Bárbara Lia.
-Do livro "O sorriso de Leonardo"
Kafka Edições Baratas.

Bianca, Carol e Luana, na fotografia, lendo um poema no lançamento do livro. A esperança voou da minha caixa de Pandora, fui dormir ilhada e nua de brisa. Nove da manhã encontro Carol & Loraine e vamos preparar aquele recital, aquele que não é com cheiro de mofo, é da poesia nova, marginal, fatal.
Sopro de Zeus, ar que rasga a dor, estilhaça e atira ao vento, os pássaros as levam em suas asas, longe, longe...
Para Carol e Loraine, postei - Bem-te-Whitman - pois é o poema que elas gostam, assim como o Leprevost e o França gostam de Brisa... Meus meninos e meninas, passeiam pelas alamedas de meu jardim antigo, que se cansou do antigo que impera por aqui e quer que eles brilhem nas páginas e nos palcos, e quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.
Apanhar o rascunho 65 e descobrir que meu próximo presente vai ser o novo livro de Amós Oz "De amor e trevas". Li a resenha de Luiz Paulo Faccioli, uma lucidez ao colocar entre parenteses "verdadeiro lar". Israel não é verdadeiro lar. Palestina não é verdadeiro lar, e Amós Oz é lúcido e escreve, escreve, e como escreve!

Tuesday, September 27, 2005

sangrando



























SANGRANDO


Alva manhã. Aragem marinha.
O pássaro abre o bico em dardos:

Bem-te-vi! Bem-te-vi! Antífona
que me acaricia. Canto sagrado.

Seria felicidade não fosse o som antigo
do bandolim a lacrimar lembranças.

Lápis-lazúli no coração, sangrando,
tua melodia que anuncia trovão e raio.


(Bárbara Lia)

Thursday, September 15, 2005

céu de van gogh e ia santanché




















céu de van gogh e ia santanché

*
Foi no ano de 1.999 que eu li "Cartas a Théo", as cartas do pintor holandês Vincent Van Gogh a seu irmão Théo. Escrevi "O artista e a arte" e nunca mais esqueci Van Gogh. Em uma noite de maio de 2.001 eu fui até à Livraria Arcádia - aqui em Curitiba - assistir ao espetáculo teatral - A cadeira do consultório do Dr. Gachet. Era uma performance baseada nas cartas, e quem representava era uma atriz-dançarina chamada Ia Santanché, que vivia em São Paulo. No final do espetáculo eu conversei com Ia. Mandei meu poema para ela, na época eu estava lendo os poemas e a biografia de Sylvia Plath, e pensei que aquela atriz de São Paulo talvez conseguisse fazer a dor de Plath ser poesia no palco, pois a dor de Van Gogh virou música & cena. Nosso monólogo jamais saiu do papel. Ia estava representando um monólogo sobre Clarice Lispector. Depois engravidou e teve uma filha - Clarice. Sinto falta de Ia. Da sua arte que bailava nas cartas com sua letra redonda, onde ela me chamava de Bárbara Plath.
Reuni os poemas que fiz para Van Gogh e mandei para o site cronópios. A página ficou muito linda, com meus poemas e as telas. Está também no site blocosonline. Delicada página, e tudo isto a Van Gogh ofereço.
http://www.blocosonline.com.br/home/index.php
*

A garota de costas penso que é Ia, ela me mandou este postal. Trocamos muitas cartas, postais, poemas, alegrias, sustos, nossa vida e a arte, a arte de clarice, van gogh, sylvia plath...

FLORES DE GELO















FLORES DE GELO


Vivo a melancolia dos evangelhos.
A cruz que crava a palma feita
para escrever o belo.
Sol incinerado, meu corpo fixo
na claridade difusa,
exalando um perfume de abismo.
Meu ramo de noiva
-amapolas mortas-
Minha grinalda
-flores de gelo-
A alquimia extrema
da minha alma, que apavora,
espanta o amado,
cessa seu passo
no pórtico do impossível.
Bastava um passo.
Um passo.
Passo.


Bárbara Lia.

papoulas


O que consola? Campos de papoula.
Papoulas vermelhas de Hiroshima.
Terra calcinada e morta
- tal qual meu coração -
floresce em claras chamas
campo de beleza
brisa de delicadeza
da vida que regenera
coração
e chão.

-Bárbara Lia

Wednesday, September 14, 2005

garcia lorca


“As águas tranqüilas
sob uma copa de estrelas
A água tranqüila de sua boca
sob uma copa de beijos”

- Federico Garcia Lorca.
ilustração cesar lobo

van gogh e eu no site cronopios


- Quando sinto necessidade de Deus, saio à noite para
pintar as estrelas - Van Gogh.
meus poemas para Van Gogh estão no site cronópios.
AMO VAN GOGH!

http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=545

TECENDO ESTRELAS DE VAN GOGH


TECENDO ESTRELAS DE VAN GOGH


Estrelas escorriam da tela,
na solidão do museu.
Aparei gotas de céu em minhas mãos.
Enovelei-as.
Possui por um tempo,
Estrelas abrasadas de loucura
e o azul mais azul que pode o azul ser.


Museu de Nova Iorque
em delírio.
Corre-corre. Alarmes. Vigias.
Não revistaram minhas mãos.
Um céu enovelado que me aquece
e apaga – primaveras sem teus beijos,
invernos de angústias.


Teci um manto azul
de estrelas emaranhadas,
um manto enfeitiçado.
Das estrelas da noite do artista.
Tenho mãos de fada.
e tenho tanto amor,
quanto estas estrelas deslumbradas.


Quando chegar aquele que amo.
Com seus olhos
que são para mim, música;
e para outros, mel.
Quando ultrapassar a escura porta
e se quedar no branco leito.
Eu o cobrirei com o céu.

Bárbara Lia

Friday, September 09, 2005

LENDO CLARICE LISPECTOR






Mulheres
Sofrem meio às rosas
Espinhos escondidos
Em seus cabelos.
Seios nus
Beijados pelo amado.
Lençóis ao vento.
Vela de um barco
Onde o timão balança
Entre a neve
E a primavera.


Todos sofrem:
A gota prata
Do orvalho na rosa
É lágrima fêmea
Que brilha
Enquanto sofre.

- Poema acima e outros + entrevista no site Germina:http://www.germinaliteratura.com.br/pcruzadas_abril.htm

Cadê a primavera? Pensando no amor e na liberdade de amar...
Pensando em um poema de Neruda:
Quisera hablarte en besos
Asi lograria decirte
mi necesidad de ti
mi sed de ti.

La nave va...

Uma Entrevista na Revista Arte Cítrica n°3

  Na página 94 uma entrevista sobre minha vida de poeta na bela edição da Revista Arte Cítrica nº 3: https://drive.google.com/file/d/1PPTZT6...